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Esta 2.ª temporada de The Last of Us pareceu-me um pouco polarizadora. Houve episódios em que quase não se respirava, cheios de ação, e outros mais contemplativos. É verdade que a 1.ª temporada já tinha essa variação e funcionou na perfeição, no entanto, nesta, nem sempre resultou da mesma forma, fazendo com que ficasse um pouco aquém do alcançado na temporada inaugural. Dizer isto numa série com esta qualidade parece redutor e a série pode ser muita coisa, mas isso não. Mas vamos por partes.
Joguei os jogos e se há um título que parecia já feito para ser uma série, era este. Lembro-me de ficar maravilhado com as pausas para apreciar o ambiente, o detalhe, o silêncio. Talvez só Metal Gear Solid, dos jogos que conheço, seja mais cinematográfico. As diferenças entre jogo e série nunca me incomodaram. São linguagens diferentes e, desde que a essência se mantenha, aceito bem a adaptação.
Dito isto, percebi então que o que me causou mais estranheza nesta temporada não foi a Ellie de Bella Ramsey ser fisicamente diferente da personagem do jogo, como tem sido tão discutido. Para mim, o problema está mais na própria prestação. Esta foi uma temporada muito mais focada nela, sozinha, sem a presença constante da personagem de Pedro Pascal, que na 1.ª temporada servia como um excelente apoio. E o que se revelou é que Bella Ramsey tem dificuldade em sustentar as cenas mais exigentes. Quando interpreta uma adolescente impulsiva, até convence, mas quando o guião exige emoção e intensidade o impacto não é tão forte. E isso é particularmente notório, porque a base da série está precisamente na carga emocional num mundo devastado, em que as perdas ganham um peso brutal. Quando já pouco se tem, restam-nos as pessoas. E é aí que a dor se faz sentir com mais força. Esses momentos pedem um nível de entrega e sensibilidade que, neste caso, me pareceu insuficiente.
Joel, mesmo com menos destaque, continua a ser a figura central. Sempre que entra em cena, eleva tudo à sua volta. A sua presença impõe-se. Aquele penúltimo episódio é, para mim, um verdadeiro exemplo de excelência na representação. Também vale a pena destacar Isabela Merced no papel de Gina, que aparece cheia de carisma e entrega.
A história continua a ser um dos grandes trunfos da série. Nota-se o cuidado em manter a riqueza narrativa e a profundidade emocional. Os dilemas morais, os traumas acumulados, os pequenos gestos que revelam muito mais do que qualquer discurso, tudo isso faz com que a série continue a ser mais do que apenas uma história de sobrevivência. A introdução das fações como os WLF e os Scars (Seraphites) trouxe novas camadas ao enredo. Mesmo sem nos darem ainda todas as respostas, a sensação é a de que estamos a entrar a meio de algo maior, uma realidade onde estas personagens já existiam e têm histórias por revelar. As sementes foram bem plantadas para que a próxima temporada explore a fundo esse lado mais político, bélico e psicológico do que se passa em Seattle. Ficou claro que os conflitos entre estas fações vão marcar o que vem a seguir e que os personagens introduzidos agora terão um peso significativo.
É neste ponto que a série mostra mais uma vez maturidade na forma como desenvolve a narrativa. Há espaço para ação e emoção, mas também para o subentendido. O equilíbrio entre agradar aos fãs do jogo e criar uma história coesa no formato televisivo continua a ser uma das grandes virtudes da produção. Quando acerta, acerta mesmo. O segundo episódio, por exemplo, é absolutamente brilhante na forma como conjuga intensidade, tensão e impacto visual. Já o sexto episódio, com os seus flashbacks, é impossível de ver sem sentir um aperto no peito. Sobretudo sabendo como esses momentos repercutem no presente.
No geral, esta 2.ª temporada de The Last of Us continua a ser televisão de altíssima qualidade. Apesar de menos consistente que a primeira, mantém um nível acima da média e vale cada segundo.
Todos os episódios desta 2.ª temporada de The Last of Us já estão disponíveis na Max.
Melhor Episódio:
Through the Valley (Episódio 2) – Se tivesse de destacar um único episódio desta temporada, embora tenha ficado bastante dividido entre o segundo e o sexto, o meu voto vai inevitavelmente para o segundo. É um episódio marcante, não apenas pela intensidade emocional e construção dramática, mas sobretudo porque representa o verdadeiro ponto de viragem da série. A partir dali, tudo muda. É o separar das águas. Há um The Last of Us até ao segundo episódio da 2.ª temporada e outro depois. O que acontece nesse momento é não só devastador, mas essencial para impulsionar o rumo da história. Não é apenas um choque narrativo, é o evento catalisador que vai assombrar cada passo das personagens daqui para a frente. A forma como foi realizado, com sensibilidade e peso emocional, mas cru e sem perdão, demonstra a maturidade da série e o domínio que tem sobre o tempo e o impacto narrativo.
Personagem de destaque:
Joel (Pedro Pascal) – E mesmo com menos tempo de antena nesta temporada, Joel continua a ser, para mim, o verdadeiro destaque da série. Pedro Pascal volta a provar que menos é mais. Não precisa de grandes monólogos nem de discursos carregados para transmitir o que sente. Está tudo na presença, no olhar, na respiração contida. Cada gesto dele carrega o peso de quem já perdeu demasiado e ainda assim continua a caminhar. No penúltimo episódio, especialmente, a sua performance é absolutamente irrepreensível. Há um momento em particular em que se cala… e diz tudo. Joel não precisa de dominar o ecrã para dominar a narrativa. É ele que nos ancora à história, que nos lembra constantemente que, por mais destruído que esteja o mundo, há laços humanos que resistem.
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