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A 6.ª e última temporada de The Handmaid’s Tale foi uma conclusão decente da história. Não foi brilhante como as primeiras e os primeiros episódios arrastaram um bocado. Podia ter sido mais curta, mas, no geral, percebe-se que quiseram dar um desfecho digno a uma excelente série e levaram o seu tempo a lá chegar. A partir do meio, os episódios ganharam tensão e voltas e reviravoltas necessárias, com vislumbres da grandeza que a série conseguiu atingir. E sim, houve desfecho para todos os personagens. Concordei com alguns, com outros nem por isso.
Vamos por partes. A Tia Lydia (Ann Dowd), no seu canto do cisne, mudou de lado? Não merecia esse tipo de redenção. Foi horrível para todas, durante todas as temporadas. Quando Janine (Madeline Brewer) lhe diz que prefere que ela não tente ajudar pois só piora tudo, tem toda e absoluta razão. A ajuda que ela achava que dava estava tão desfasada da realidade que mais valia não fazer nada. A lógica retorcida dela, o alheamento total do que se passava à sua volta, fazem com que, sinceramente, não fosse merecedora de um final meio que feliz. Deveria ter sofrido mais, como as outras sofreram. É uma excelente personagem, mas assustadora precisamente por espelhar um tipo de fanatismo cego que, nos dias de hoje, está bem presente e é mesmo de arrepiar.
Mais fez o Comandante Lawrence (Bradley Whitford), que, mesmo com os seus motivos egoístas, sempre tentou ajudar e acabou por se sacrificar para tentar redimir-se. A cena da explosão do avião é daquelas que lembram porque é que esta série é tão boa. A imagem, o simbolismo visual e emocional, tudo ali encaixa. E foi também aqui que tivemos o fim de mais uma personagem: Nick (Max Minghella). Sempre gostei de Nick. A vida dele foi sempre rodeada de violência, era a linguagem que conhecia, mas mesmo assim foi sempre amoroso e protetor dos seus, fosse isso como fosse. E alguém que viveu assim, sempre no conflito interior, na dualidade, morrer daquela maneira, é quase poético. Quando finalmente se compromete com um lado, chega ao fim a sua jornada.
E, claro, não dá para falar das personagens mais relevantes sem mencionar Serena (Yvonne Strahovski). Nas primeiras temporadas, não sentia qualquer empatia por ela. Percebia a complexidade, mas se Nick era um tom cinzento mais claro, Serena era um cinzento bem mais escuro. Teve várias oportunidades para se redimir e, quando parecia que era desta, voltava a falhar. Apesar de já haver sinais disso nas últimas temporadas, esta foi mesmo a temporada dela. Começou, como sempre, com más decisões, mas deu a volta. Terem dado mais contexto ajudou. Aquela última cena com June (Elisabeth Moss) foi, provavelmente, o momento mais honesto de toda a série. Se o arrependimento matasse… Que cena! Bem escrita, bem realizada e com duas interpretações brutais.
Agora sim, June. Dizer que ela foi a força motriz da série é pouco. Tudo, ou quase tudo, aconteceu por causa dela, à volta dela ou através dela, mas sinto que foi perdendo força ao longo da série e esta última temporada é a prova disso. Teve momentos poderosos? Teve. Mas já longe daquela cena incrível em que dá à luz sozinha, por exemplo. Ainda assim, gostei do rumo. Era óbvio que, depois de tudo, ela não podia acabar com nenhum dos dois homens que marcaram a sua vida. E gostei de não lhe terem dado um final feliz. Aliás, isso foi uma das coisas de que mais gostei: um final realista. Há vitórias e derrotas, ganhos e perdas e muito fica no limbo. Não encerraram tudo com um bonito laço e isso fez jus à série. De bonita, só tinha as imagens. O resto era cru, amargo, injusto e cruel. E isso não se apaga.
De forma geral, esta última temporada de The Handmaid’s Tale final honrou a série. Foi satisfatória para quem a acompanhou ao longo de seis anos e uma confirmação do percurso que foi fazendo: começou como uma distopia poderosa e, com o tempo, foi-se tornando assustadoramente próxima da realidade. E é também um belo fecho de ciclo para a história iniciada por Margaret Atwood no seu livro original. Não podiam ter escolhido melhor altura para fazer essa homenagem: com a cena final. No geral fiquei satisfeito, podem vir mais séries desta qualidade e profundidade, final digno. Veremos se The Testaments será uma sequela à altura.
A 6.ª e última temporada de The Handmaid’s Tale está já disponível no TVCine+. Para quem a está a acompanhar semanalmente nos canais TVCine, o último episódio será transmitido a 18 de junho.
Melhor Episódio:
Execution (Episódio 9) – Este episódio foi, claramente, onde tudo se decidiu. Deixaram de adiar escolhas e enfrentaram-se os resultados. Cada personagem teve ali um momento decisivo e, a partir daí, já nada voltou a ser como antes. Funcionou como um excelente prelúdio para o fim, bem escrito, bem encadeado, e sem medo de encerrar histórias, com imagens de tirar o fôlego a acompanhar. E ainda retirou a pressão do episódio final, que pôde assim funcionar quase como um epílogo necessário, porque uma série que tantas vezes foi pura força bruta precisava desse momento de pausa, para que o peso de cada ato assentasse e se entranhasse de forma real em quem os viveu.
Personagem de destaque:
Serena (Yvonne Strahovski) – Serena foi, nesta temporada, uma das personagens mais bem trabalhadas. Sempre ambígua, quase sempre a tomar más decisões nas temporadas anteriores, mas aqui houve um esforço real em mostrar as motivações por trás das atitudes dela. Não foi uma redenção forçada, foi uma evolução possível dentro do que conhecíamos dela. Continuou a ser teimosa e orgulhosa, mas finalmente enfrentou as consequências. E aquela cena final com June foi um dos pontos altos: forte, simples, sem muitas palavras, apenas emoção e talvez por isso tenha sido tão eficaz. Traduziu num gesto seis temporadas de sofrimento causado e o quão isso lhe pesava cada vez mais.
O conteúdo The Handmaid’s Tale – Crítica da 6.ª Temporada aparece primeiro em Séries da TV.
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