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Astro-Mano – Crítica da 1.ª temporada


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Amantes de ficção científica, chegou o vosso momento de celebrar. Astro-Mano, uma ideia original de Pedro Ferreira e Filipe Santos, é a nova série portuguesa produzida pela RTP Lab, e vem provar que é possível contar uma história de “outro mundo”, com qualidade e bom gosto. 

Entre Santa Iría da Azóia e o espaço intergaláctico, a série conta a história de uma amizade improvável. Quando Astro-Mano (Filipe Santos), vindo de outro planeta, cai na Terra por acidente, conhece Pedro (Pedro Ferreira), um empregado de mesa, com uma vida monótona e sem sentido. No meio de obstáculos que terão de enfrentar juntos, o encontro dos dois acaba por mudar a vida de ambos. É uma história sobre amizade e amor, sobre as coisas que verdadeiramente dão valor à vida.

A aposta em séries de ficção científica é rara no panorama audiovisual português, pelo que Astro-Mano é uma novidade no catálogo da RTP Play. A série não esconde as suas influências nos filmes de ficção científica dos anos 80. Com referências a Star Wars, Star Trek, E.T, e até Back To The Future, Astro-Mano transporta-nos para um universo alternativo, onde bons efeitos especiais não faltam.

Antes de começar a assistir à série, tive algum receio que os efeitos especiais fossem demasiado artificiais ao ponto de não favorecer a história, mas nada havia a temer. A sua qualidade não ficou nada aquém das produções estilo americano que estamos habituados a consumir.

Ainda que seja grandemente inspirado em clássicos, Astro-mano não se limita a copiá-los ou a americanizar a história, sendo fiel à tradição portuguesa. Em mais lugar nenhum veríamos um alien a comer pregos e beber cerveja. Mas em Astro-mano, souberam tirar partido do que há de mais típico na nossa cultura para, assim, humanizar este extraterrestre.

Com recurso a elipses, Astro-mano não só conta a história em tempo real, mas complementa-a com momentos do passado, o que não só favorece a narrativa, como mantém a atenção do espectador.

Entre diálogos com o timing perfeito de comédia e momentos caricatos, é o humor físico que destaco. Dos movimentos bruscos e precisos e da expressividade facial, muito bem conseguidos pelos atores principais, resulta uma comicidade ao estilo desenho animado, que para mim funciona maravilhosamente.

A série é uma surpresa refrescante no catálogo de séries portuguesas que temos agora à nossa disposição e que recomendo a todos espreitar. Ensina-nos que o mais importante da vida são as pessoas, o amor e a amizade. E, como aconselha, e bem, Astro-mano: “Dar sempre abraços mesmo quando erramos!”. Podes ver a série completa na RTP Play.

Melhor episódio:

Vou eleger como o meu episódio favorito o episódio 4, por uma razão muito simples: representa um momento de viragem na história. É neste episódio que arranca o maior obstáculo que as personagens terão de enfrentar e a curiosidade fica aguçada, para saber qual será o desfecho nos próximos dois episódios. Este é, também, o episódio no qual Astro-Mano descobre o que é a música e o poder que ela tem sobre os nossos corpos, o que, para mim, é muito simbólico.

Personagem de destaque:

Astro-mano terá de ser o meu favorito. É o personagem mais cómico e aquele que, apesar de ser extraterrestre, nos ensina a nós, humanos, como viver.

Créditos da imagem: RTP

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