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Tim Burton fala sobre Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice


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Beetlejuice está de volta! Indicados ao Oscar, o visionário Tim Burton, com sua criatividade única, e o astro Michael Keaton, estão juntos novamente em Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice, a aguardada sequência do premiado Os Fantasmas se Divertem.

Michael Keaton retorna ao seu papel icônico, ao lado da atriz indicada ao Oscar, Winona Ryder (Stranger Things), como Lydia Deetz, da vencedora de dois prêmios Emmy, Catherine O’Hara (Schitt’s Creek), no papel de Delia Deetz, e dos novos membros do elenco: Justin Theroux (Star Wars: Episódio VIII – Os Últimos Jedi); Monica Bellucci (007 Contra Spectre); Arthur Conti (A Casa do Dragão), em sua estreia no cinema; e Jenna Ortega (Wandinha), indicada ao Emmy, como a filha de Lydia, Astrid, e Willem Dafoe (Pobres Criaturas), indicado ao Oscar.

Depois de uma tragédia familiar inesperada, três gerações da família Deetz voltam para casa em Winter River. Ainda assombrada por Beetlejuice, a vida de Lydia vira de cabeça para baixo quando sua filha adolescente rebelde, Astrid, descobre a misteriosa maquete da cidade no sótão, e o portal para a vida após a morte é acidentalmente aberto. Com problemas em ambos os reinos, é apenas uma questão de tempo até que alguém diga o nome de Beetlejuice três vezes, e o demônio travesso volte para levar ao mundo seu próprio estilo de caos.

O diretor Tim Burton falou mais sobre a produção de Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice nesse material incrível enviado pela Warner Bros. Pictures. Confira:

Voltando a Os Fantasmas se Divertem

TIM BURTON: Depois do primeiro filme, houve muita conversa sobre uma possível sequência e ideias diferentes para ela ao longo dos anos, mas nada realmente clicou. Aí passa todo esse tempo, 35 anos, e agora o que realmente me interessou e empolgou é… a vida. Algo como ‘o que aconteceu com a família Deetz 35 anos depois?’ O que aconteceu com Lydia, aquela adolescente interessante Para mim, foi começar a usar a minha própria experiência de vida: eu era um adolescente interessante. O que acontece quando você se torna adulto, tem filhos? Como são seus relacionamentos? O que você se tornou? As situações acontecem com todos nós à medida que envelhecemos e mudamos – relacionamentos, filhos – tudo isso. Foi esse aspecto me fez voltar a me interessar por uma sequência – o que aconteceu com a família Deetz. Foi bastante emocional para mim revisitar esses personagens.

Novo filme, mesmo estado de espírito:

TIM BURTON: Eu tenho trabalhado com diferentes tipos de tecnologia em grandes filmes, mas me lembro bem dessa sensação, que acontece quando você está começando – com As Grandes Aventuras de Pee-Wee, eu senti isso. Em seus primeiros filmes, há algo diferente, porque você ainda é novato. Mas filmar com efeitos ao vivo no set, fantoches, maquiagem e cenários… fazia parte do espírito do que o filme era. Há uma energia, uma espontaneidade, e mesmo com efeitos ao vivo, ainda íamos meio que inventando com o filme já rodando em alguns casos. Na vida, às vezes, a gente se surpreende. Há muitas surpresas agradáveis – essa foi uma delas. Mas como é uma surpresa, você não tem como prever, você não sabe, então… surpresa.

Michael Keaton de volta a Beetlejuice em Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice

TIM BURTON: Conversamos sobre isso ao longo dos anos, e acho que ambos tivemos uma atitude semelhante – se algo aparecer e parecer certo, faremos, o que não aconteceu por todo esse tempo, até que… aconteceu. Nós conversamos, ele se sentiu confortável, e voltamos a Beetlejuice. Trabalhar com Michael, é esse vai e volta. Ele tem uma energia e uma visão tão interessante, é meio como trabalhar com um lutador premiado. ‘Ok, vamos tentar fazer isso e aquilo’. Ele é muito inteligente, engraçado e generoso, você recebe algo em troca quando trabalha com pessoas como ele, na verdade, com todo mundo do filme – eles não estão apenas fazendo o filme, é uma relação de troca, de dar e receber, e é muito estimulante e tocante trabalhar assim, foi incrível. Michael estava de volta ao personagem – foi como ir a um casamento, funeral, uma festa estranha. Mas foi muito bonito ver tudo isso voltando à vida.

Catherine O’Hara, Winona Ryder e Jenna Ortega…

TIM BURTON: É maravilhoso rever pessoas depois de algum tempo, principalmente nessas filmagens. Eu não percebi que já se passaram décadas, parecia que tinha sido ontem, e é maravilhoso quando isso acontece. Para mim, de verdade, foi estranhamente emocional vê-los todos juntos de novo, mas foi isso que tornou o filme especial. Catherine já entende sua personagem, do primeiro filme, é tão talentosa e boa que foi muito divertido ver pipocar situações e frases não roteirizadas, o que aconteceu bastante. Ela contribuiu muito para a sua personagem, assim como Winona. Lydia, aliás, foi o motivo pelo qual voltei a Os Fantasmas se Divertem, ela meio que falou comigo. Todos esses anos depois, eu sinto um pouco assim: ‘Ok, eu era essa personagem. O que aconteceu comigo, com ela? O que você fez que deu certo? O que você fez que deu errado? O que acontece na vida à medida que você envelhece?’. Trabalhar com Jenna em Wandinha, sabendo que ela veio da Disney e, naturalmente, seguiu para os filmes de terror – eu tenho uma conexão especial com ela. Fiquei impressionado com ela como Wandinha, com o que ela pode fazer. Ela é muito talentosa, e trouxe novas perspectivas para o seu papel, de alguém que está por aí no mundo, mas é um papel crucial, porque ao mesmo tempo é um contraponto para tudo o que está no filme. Sua atuação intensa se encaixa como uma luva na personagem e a enriquece ainda mais, o que é muito importante.

Justin Theroux, Monica Bellucci e Willem Dafoe…

TIM BURTON: Justin Theroux trouxe muito para o filme, porque ele também é um escritor, o que é muito bom. Seu personagem é do tipo complicado de interpretar, mas ele lhe deu um toque de humor e muita profundidade e, como todos no elenco, foi muito colaborativo. Willem Dafoe é alguém com quem sempre quis trabalhar, de quem sempre fui fã, então ter a oportunidade de trabalhar com pessoas assim é incrível, e ele também contribuiu muito para aprimorar o personagem. Foi uma experiência de muita parceria, como se estivéssemos todos trabalhando em alguma coisa que ninguém ainda sabia o que era, mas dando o seu melhor. Foi uma alegria estar no set e dizer: ‘Olha, tenta isso. Tenta aquilo’. E todos colaboraram. Monica Bellucci, ela tem uma presença tão forte que, depois de tanto tempo trabalhando em sua personagem, eu ainda estava indeciso. Mas só de encontrá-la e conhecê-la, veio à tona o meu desejo de trabalhar com o terror italiano, de querer ser o cineasta Mario Bava Jr.. Foi por situações como essa que fazer esse filme foi um sonho. Filmar essas sequências foi um dos trabalhos mais divertidos e agradáveis que já fiz. Delores é uma força, uma força sobrenatural, e você não pode pedir a alguém para interpretar isso, porque a atriz tem isso com ela ou não. Claro, Monica tem, e nem foi preciso conversar com ela, já estava lá. É maravilhoso.

Efeitos no set…

TIM BURTON: Tentamos fazer todos os efeitos especiais, o máximo possível, no set, e manter os digitais no mínimo possível. Acabamos com um estilo estranho de produção que mais parecia uma peça de arte performática. Então, por exemplo, para apresentar a personagem de Monica, Delores, adicionamos um pouco de digital aqui e ali, mas a parte principal foi fazê-lo ao vivo. Isso era importante para mim – de efeitos a cenários e tudo mais – sem digital, em geral. Eu queria voltar ao mundo do filme e filmá-lo como fizemos no passado. Então, parecia uma peça de arte performática estranha e um pouco demorada. Mas, para mim, valeu a pena.

Esquetes/a vida após a morte…

TIM BURTON: Eu criei alguns esquetes para o filme, e me diverti fazendo isso. Tenho a sorte de trabalhar com pessoas que podem interpretá-los como eles deveriam ser. Eu criei
alguns personagens aqui e ali, e alguns estão no filme. Alguns, eu vou ter que guardar para os extras do DVD, são exclusivamente para adultos, não podiam entrar no filme. É como fazer uma animação, de certa forma, em que todos contribuíram. Eu fiz alguns desenhos, Neal Scanlan (supervisor de efeitos animatrônicos e especiais de maquiagem), fez todos os efeitos, seu pessoal fez efeitos, então foi como uma competição. Foi divertido trabalhar assim. É como uma arena livre. Eu tive algumas ideias, fiz alguns esboços e depois joguei para todos – o departamento de arte, de maquiagem, os artesãos – todo mundo. Reunimos ideias. Como já disse, fiz alguns esquetes que talvez tenham ficado um pouco impróprios, mas todo o resto… foi como escolher o elenco de um filme. Você tenta misturar e combinar. Eu já trabalhei com Neal antes. Como os atores, ele entrou no espírito da coisa, fizemos muitos efeitos ao vivo, no set, mas com agilidade, e em geral esse tipo de coisa pode levar uma eternidade. Nós apenas seguimos neste espírito – em certo momento, em vez de construir um boneco gigante, cortamos um boneco, colocamos algumas hastes nele e fizemos funcionar. É literalmente: ‘Vamos à loja de brinquedos, compramos o que nos interessa, rasgamos, viramos do avesso, e pronto’. Usamos recursos como esses para conceber e criar esses personagens da vida após a morte.

A experiência de crescer vendo filmes no cinema…

TIM BURTON: Ah, sim! Havia um cinema em Burbank (Califórnia), o Cinema Cornell – eles exibiam três filmes por cinquenta centavos. Nunca vou esquecer essas primeiras experiências no cinema. O primeiro filme que vi foi Jasão e os Argonautas, e ainda me lembro dele. São experiências que podem impactar você – ou me impactaram – e acho que, até certo ponto, ainda impactam… O que é maravilhoso. Há alguns anos, parecia haver uma polarização entre o cinema e a TV – ‘O que vai ser?’ Felizmente, acho que vimos a importância dos filmes. Ver algo em uma tela grande… Como este filme, nós o fizemos para a tela grande, para a experiência do cinema. Fizemos assim pelo escopo, pela grandeza, pelo som, tudo isso é muito importante. Felizmente, acho que a polarização está diminuindo um pouco, e as pessoas ainda percebem o quão importante e bonito é ir ao cinema.

Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice estreia em 5 de setembro em todo o país, também em versões acessíveis, com distribuição da Warner Bros. Pictures. Para mais informações, consulte os cinemas de sua cidade.

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