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Todo Tempo que Temos | Crítica


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O tempo pode ser o personagem principal em nossas vidas. Do primeiro choro ao último fechar de olhos, ele é um lembrete silencioso de que nossa estadia neste mundo é apenas temporária. Em Todo Tempo que Temos, a presença desse protagonista universal transmite a mensagem de quão rápido nossa vida passa, mas também de como o próprio tempo a transforma em uma aventura linda, emocionante e, principalmente, única.

A ideia de abordar a vida de um casal através da perspectiva do tempo talvez não seja a mais inovadora, mas, assim como diversas histórias que desconhecemos de pessoas que jamais conheceremos, é fascinante acompanhar, do começo ao fim, o tempo de Almut (Florence Pugh) e Tobias (Andrew Garfield) juntos.

Com um enredo não-linear, Todo Tempo que Temos busca contar uma história a partir de diferentes perspectivas sobre a presença do tempo em nossas vidas. Para muitos, ele é um lembrete constante de que é preciso conquistar algo relevante, para que ele seja bem utilizado e possamos ser lembrados de alguma maneira. Para outros, significa amar alguém incondicionalmente, sem amarras ou conceitos abstratos, apenas amor.

Ao viajarmos por diversas fases da relação de Almut e Tobias, o filme apresenta, sem pressa, as características de cada um, e como suas visões distintas sobre o mundo fizeram o acaso trabalhar para que, indiretamente, ambos se encontrassem em momentos diferentes de suas vidas. Ela é uma talentosa chefe de cozinha em ascensão, enquanto ele, um recém-divorciado desiludido com sua vida pessoal e profissional. No mesmo momento em que seus maiores sonhos se realizam e o amor entre os dois cresce cada vez mais, o tempo volta a mostrar que tudo é finito, quando uma verdade dolorosa chega para pôr à prova essa história de amor.

Como mencionado, a proposta já foi vista em outras produções, mas, ciente disso, Todo Tempo que Temos sabiamente escolheu focar na química avassaladora entre Andrew Garfield e Florence Pugh. Sejam toques, beijos, olhares ou pequenos gestos não verbais, a dupla de atores é o coração de toda a história, tornando quase impossível imaginar outras pessoas nesses papéis. Desde o primeiro momento, somos fisgados pela dinâmica natural e carinhosa dos dois, que extraem o melhor de seus personagens. Tanto Almut quanto Tobias são retratados como pessoas diferentes e em momentos distintos, mas, apesar de tudo, o tempo os colocou no lugar certo, na hora exata — mesmo que tenha sido em um acidente de carro que possibilitou o início de uma história que atravessaria nossos corações.

Além das atuações, é preciso destacar como a direção de John Crowley (Brooklyn) e o roteiro de Nick Payne (A Última Carta de Amor) se unem de forma coesa, tornando essas idas e vindas no tempo uma maneira gentil e dinâmica de contar a relação dos protagonistas de maneira não-linear. Mesmo com a montagem alternando entre o presente em uma cena, o passado em outra, e logo em seguida voltando ao tempo atual, a fluidez é impecável e não deixa o espectador confuso em relação à época retratada. Seja pelos cortes de cabelo de Almut ou pelo amadurecimento de Tobias, o filme deixa pistas orgânicas que indicam o período correto dos acontecimentos.

A trilha sonora, juntamente com a fotografia, complementa as diversas facetas dos personagens. Um dos pontos mais positivos da história é mostrar que, gostemos ou não, o relógio está sempre correndo. Nesse sentido, a narrativa constrói cenas de apertar o coração, evidenciando a dificuldade que nós, seres humanos, temos em aceitar nossa finitude. Mas a cereja do bolo está exatamente aqui: por nosso tempo ser limitado, ele se torna extremamente valioso. É essa característica que faz do tempo um agente transformador, que nos impulsiona a tomar decisões em nossas vidas, a abraçar quem amamos e a aproveitar cada segundo da maneira que bem entendermos. Tudo isso, no contexto da relação entre Almut e Tobias, faz de Todo Tempo que Temos uma obra que explora o mistério maravilhoso que é o tempo.

“O que fazemos em vida ecoa pela eternidade”. Essa frase, retirada do clássico filme Gladiador (2000), ressoa bastante na minha vida e se encaixa perfeitamente na trama de Todo Tempo que Temos. Seja de forma direta ou indireta, a história de amor de Almut é um lembrete de que talvez nem tudo o que fizermos em nossas pequenas e finitas vidas vá, de fato, ecoar pelos túneis do tempo. Mas, caso um dia ecoe, será na vida das pessoas que amamos e com quem aproveitamos cada segundo.

Com uma química extraordinária entre Andrew Garfield e Florence Pugh, Todo Tempo que Temos é mais um acerto da A24. Mesmo que não seja o melhor filme do ano, acredito que foi o que mais me fez sentir algo dentro da sala de cinema. Portanto, ao pensar na história de Almut e Tobias, lembro da frase dita pelo diretor francês Robert Bresson: “Prefiro que as pessoas sintam um filme antes de entendê-lo. Prefiro que os sentimentos surjam antes do intelecto.”

Todo Tempo que Temos chega aos cinemas em 31 de outubro de 2024, com distribuição da Imagem Filmes.

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